terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Caos no território dos deuses


A Grécia vive momentos de tensão social, económica e política. Manifestações, greves e protestos violentos têm sido o cenário que predomina há mais de uma semana.

No território dos aclamados deuses gregos, vive-se um “inferno” incontrolável.
A morte do jovem Alex Grigoropoulos de 15 anos, em Atenas foi a origem da onda de violência que se verifica em várias cidades por toda a Grécia. Alex foi, alegadamente, baleado por um polícia, quando, juntamente, com um grupo de jovens atacou um carro de patrulha com um coktail molotov. Os confrontos violentos entre os manifestantes e a polícia têm sido uma constante e já resultou em centenas de detenções. Os jovens estudantes atacam com todos os objectos que aparecem e as autoridades respondem com balas de borracha e gás lacrimogéneo. Relativamente, ao agente, Epaminontas Korkoneas que disparou contra o jovem de 15 anos foi acusado de homicídio. Já o seu colega de profissão, Vasilis Saraliotis, responderá por cumplicidade.
A população grega demonstra um descontentamento agravado pelo Governo conservador em vigor. O primeiro-ministro, Costas Karamanlis, devido à sua crescente impopularidade, é a figura a “abater” por parte de jovens estudantes e militantes de esquerda, que têm sido os principais protagonistas dos distúrbios.
Afonso Duarte Costa, embaixador português na Grécia, assegurou que, dos 500 portugueses lá residentes, nenhum deles está envolvido nos confrontos. O diplomata, em entrevista à Rádio Clube Português, descreve um cenário quase “fantasma”, afirmando que “há muito pouca gente na rua e em vez do habitual trânsito caótico, vêem-se pouquíssimos carros nas estradas de Atenas.”
Esta é a maior onda de caos na Grécia desde o regime militar (1967-74). Por muitas cidades gregas e outras capitais europeias, estende-se o sentimento de revolta e convulsão social de raiz, maioritariamente, económica.

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