terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Vaga de Frio na Europa



Durante as últimas semanas a Europa foi atingida por uma vaga de frio que praticamente se alastrou por todo o Continente. Países como a Holanda, Bélgica,Espanha, tiveram muita neve, algo pouco visto, sobretudo devido á quantidade de neve que caiu nesses Países. A cidade de Madrid ficou coberta de neve o que provocou enormes filas de trânsito na cidade e um pouco por toda a Espanha.
Portugal também foi atingido por esta vaga de frio e cidades como Amadora, Sintra, Odivelas, cidades que estão habituadas ao calor e não ao frio, tiveram de se agasalhar para suportar as baixas temperaturas. As regiões de Portugal que estão mais habituadas a este frio, Serra da Estrela, Guarda, Covilhã, também registaram temperaturas inferiores ao habitual.

A crise mundial do sector automóvel



A crise do sector automóvel alastra-se à escala mundial, como se, de uma praga se tratasse.
Após a notícia do iminente colapso das principais construtoras norte-americanas, agora é a vez da Fiat e da Toyota entrarem em situação de crise.
A construtora italiana anunciou que irá suspender a produção até ao próximo dia 12 de Janeiro, situação que irá colocar em situação de desemprego técnico cerca de 200 mil pessoas. Destas, 48 mil serão afectadas directamente, sendo as restantes arrastadas, uma vez que para cada trabalhador Fiat, existem três ou quatro a exercer funções em subempreitadas.
Já a marca japonesa comunicou que irá suspender por tempo indeterminado a sua nova fábrica no Mississipi, onde iria construir o novo modelo Príus, um carro hibrído. A abertura que estaria prevista para 2010 será agora adiada, indefinidamente.
A crise, recorde-se, começou como um reflexo da crise económica mundial, colocando assim as principais construtoras americanas em situação de falência, o que levou a um pedido de apoio de 14 mil milhões de dólares, já rejeitado pelo Senado.
A solução para o mercado norte-americano passa agora pelo Plano Paulson, que visa injectar 700 mil milhões de dólares para resgatar a indústria automóvel do país, contornado assim o chumbo do projecto de apoio e evitando a queda da economia americana para um buraco mais fundo que o actual.
A acumulação dos stocks verifica-se um pouco por todo o mundo, o que levou o presidente Francês, Sarkozy, a anunciar uma ajuda de 1500 euros na compra de um automóvel novo. Também os países emergentes não estão imunes à crise, incluindo os gigantes Brasil e China, onde o crescimento do mercado oscilou entre 20 e 30% nos últimos anos e agora registra uma queda de 10% em Dezembro.









A crise no sector automóvel Português


Apesar de, há apenas algumas semanas atrás, Manuel Pinho, Ministro da Economia e Inovação, defender que a situação de Portugal face à crise internacional do sector automóvel não se encontra tão má como nos E.U.A. ou no resto da Europa, é necessário minimizar o seu impacto. Segundo Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA), as vendas deste mês deverão cair cerca de 3%, enquanto que em Novembro caíram já 8,4%. Alguns dos principais concessionários de marcas automóveis a operar em Portugal antecipam quebras no volume de vendas entre 10% e 15%, no próximo ano. Uma das associações do sector enviou uma carta de alerta ao primeiro-ministro. O grupo MCCoutinho, grupo que representa 16 marcas em Portugal, apesar do aumento do produto de vendas verificado este ano, considera que o próximo ano será “seguramente de queda”. Para combater a crise, o governo português anunciou a aplicação de 900 milhões de euros num conjunto de medidas a serem tomadas já em Janeiro próximo, com vista a apoiar os fabricantes e a indústria de componentes do sector automóvel. As primeiras medidas visam aumentar o apoio à competitividade e ao emprego no sector. Já o segundo conjunto de medidas conta com um aglomerado de instrumentos financeiros para apoiar as empresas. A terceira componente prevê a aplicação de fundos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), para estimular as empresas a investir mais na tecnologia e na modernização e, por fim, a quarta componente deste plano, tem como objectivo aumentar a procura no sector automóvel. Em declarações à TSF, Manuel Pinho falou da crise que se instalou, assim como os impactos que terá na empregabilidade e nas medidas do governo.

Entrevista com Armindo Mendes, ex-Presidente da Junta de Freguesia de São Mamede de Infesta

Entrevista a um antigo presidente da junta de freguesia de São Mamede de Infesta, freguesia do concelho de Matosinhos, que durante o seu mandato, encontrou como presidente da câmara de Matosinhos Narciso Miranda, sendo que Guilherme Pinto era vice-presidente da equipa camarária de Narciso Miranda.

Durante esta entrevista notei um certo descontentamento de Armindo Mendes pelo facto de, enquanto presidente da junta, Narciso Miranda praticamente não se preocupar com a sua freguesia “ Por muito que quiséssemos e tentássemos trabalhar, era sempre difícil porque tínhamos sempre oposição da Câmara “ e até fala de uma certa incompetência por parte da câmara “ nós, executivos da junta, só tivemos conhecimento mesmo em cima da hora, isto é, quando chegamos á piscina, já o ministro estava a descerrar a placa da inauguração”.

Nesta entrevista fiz várias pergunta a Armindo Mendes, começando por lhe perguntar o seguinte:

Como antigo presidente da Junta de S.Mamede de Infesta, quais as vantagens que esta Cidade tirou em passar de vila para Cidade?

Armindo Mendes - “ Nenhumas. Eu costumo dizer que uma Junta de Freguesia é aquilo que uma Câmara quer que ela seja, isto é, sem ovos não se faz omoletes e é o que se passava aqui no meu tempo, não havia dinheiro, não tínhamos competências quase para nada, por muito que quiséssemos e tentássemos trabalhar, era sempre difícil porque tínhamos sempre oposição da Câmara, porque a junta era do PSD e era a única junta do PSD e tive sempre muitas dificuldades perante a cedência da Câmara sobre tudo o que S.Mamede pretendia. No entanto no meu mandato a Câmara ficou a saber de tudo que S.Mamede pretendia, embora nada fosse feito.
A obra de maior envergadura que foi feita, foi a Piscina, mas mesmo essa quando foi inaugurada no tempo do Ministro Roberto Carneiro, nós, executivo da Junta em que eu tinha feito uma coligação com o Partido Comunista, só tivemos conhecimento em cima da hora, isto é, quando chegamos à piscina, já o Ministro estava a descerrar a placa de inauguração. Imediatamente lhe pedi desculpa por ter chegado àquela hora, porque foi naquela hora que tivemos conhecimento, mas não através da Câmara.“


Foram 6 anos como presidente da Junta de S.Mamede Infesta, 6 anos marcados pela liderança de Narciso Miranda na Câmara Municipal de Matosinhos e pela vice-presidência de Guilherme Pinto. No seu entender, Matosinhos não ficará bem servido com nenhum, “na minha opinião, não fica bem servido com nenhum “. Foi facilmente visível a que partido Armindo Mendes pertencia, pois deixou antever uma luta renhida pela Câmara no caso do PSD arranjar um bom candidato para estas eleições, “Um candidato que eu tenho a certeza que ganharia era Pedro Passos Coelho “. Nestas perguntas seguintes tentei, segundo a opinião do entrevistado, entender o que seria melhor para Matosinhos, Narciso Miranda ou Guilherme Pinto.


Durante o seu mandato encontrou Narciso Miranda como presidente da Câmara de Matosinhos, agora como vão ocorrer novas eleições em 2009 e vai haver uma disputa entre dois militantes do PS, Guilherme Pinto e Narciso Miranda, na sua opinião, com qual destes 2 candidatos, ficará Matosinhos melhor servido?

“Olhe, na minha opinião, não fica bem servido com nenhum. Se o PSD arranjar um candidato credível, um candidato bastante conhecido, com muitos conhecimentos, com capacidade de trabalho, o PSD facilmente ganha as eleições. “

Então na sua opinião, que já tem muitos anos de politica, qual seria o candidato ideal para o PSD para Matosinhos. Já se falou em vários nomes como Rui Moreira, o actual presidente da Câmara de gaia, Luís Filipe Menezes, qual será o candidato ideal para o PSD puder triunfar sobre um destes candidatos do Partido Socialista?

“ De momento ando um bocado desfasado da política, porque hoje em dia não confio muito nos políticos e a prova está a vista pela situação que o país está a passar.
Dentro do PSD, é difícil, em Matosinhos é difícil encontrar alguém que queira dar a cara. Agora dentro desses profissionais da política, é natural que se pudesse arranjar um candidato para ganhar, isto é, por exemplo, trocar Valentim Loureiro, deixar Gondomar e vir candidatar-se a Matosinhos, o próprio Doutor Santana Lopes seria candidato para ganhar e não vejo assim mais nenhum candidato e como disse não estou muito dentro dos meandros da politica. Um candidato que eu tenho a certeza que ganharia era Pedro Passos Coelho, isso não tenho a menor dúvida que talvez o PSD ganhasse com maioria absoluta. “

Nesta fase mais avançada da sua vida partidária, Armindo Mendes não se esquece do tempo em que era presidente da Junta, “Para mim, crescimento é aquilo que eu disse no início do meu primeiro mandato “, e tentou sensibilizar a população para alguns dos principais problemas ainda existentes em Matosinhos, “a primeira coisa que eu fazia era dotar S.Mamede ou outra qualquer terra de bom saneamento básico, boa luz, boa água, bons arruamentos e depois iria ao resto”, nesta série de perguntas, vamos buscar um ponto de vista mais pessoal da opinião que Armindo Mendes tem de ambos os candidatos.

Puxando um pouco mais a brasa á sua sardinha, no seu ponto de vista, S.Mamede cresceu mais com Narciso Miranda ou com Guilherme Pinto, embora um já tenha vários anos como presidente da Câmara e Guilherme Pinto estar lá há apenas 3 anos. Com qual S.Mamede cresceu mais?

“Olhe, eu acho que S.Mamede não cresceu nada, porque fazer uma nova centralidade não é crescimento. Para mim, crescimento é aquilo que eu disse no início do meu primeiro mandato, que disse ao senhor presidente da Câmara de Matosinhos. Se eu fosse presidente da Câmara, a primeira coisa que eu fazia era dotar S.Mamede ou outra qualquer terra de bom saneamento básico, boa luz, boa água, bons arruamentos e depois iria ao resto, mas como todos nós sabemos que tudo isto que eu acabei de dizer é tudo enterrado, não se vê, a não ser a electricidade, é por isso que essas coisas ficam sempre para o fim, porque o que interessa são as obras de fachada, embora muitas vezes sem utilidade nenhuma. “

Eu vejo aí um certo descontentamento da sua parte enquanto cidadão e em vários pontos até concordo consigo, então como habitante de Matosinhos, acha que vai haver uma disputa dos votos até ao último dia, vai haver uma campanha feroz para conquistar os matosinhenses, ou se Narciso Miranda, por ter muitos anos de Matosinhos vai conquistar facilmente a maioria ou se Guilherme Pinto pudera lutar contra um certo narcisismo existente em Matosinhos?

“ Olhe, disse muito bem narcisismo, ele próprio se intitulou o senhor de Matosinhos, quando uma pessoa, se é uma pessoa humilde, não se deve intitular o senhor de Matosinhos, esperava, que a população o viesse a fazer se entendesse que teria qualidades para isso. São pessoas que conversam mais do que aquilo que fazem. O Guilherme Pinto, dá-me a impressão, pelo pouco que lidei com ele, é só associativismo, acho que é mais aberto, mais compreensível, é menos vaidoso.”

Mas isso é a opinião de uma pessoa. Acha que Guilherme Pinto já ganhou a credibilidade dos matosinhenses nestes 3 anos? Acha que Matosinhos já cresceu o suficiente com Guilherme Pinto para bater Narciso Miranda?

“ Eu continuo com a mesma opinião, eu não vejo onde é que Matosinhos tivesse crescido, eu só vejo ilhas em Matosinhos, embora tenham dito que acabaram, é mentira e essas mentiras é que é preciso debater. Matosinhos está cheio de ilhas, por exemplo eu considero muito mais evoluída Leça da Palmeira do que propriamente Matosinhos. ”

Durante o seu mandato, que foram durante 6 anos como presidente da junta de S.Mamede encontrou-se com Narciso Miranda que na altura era presidente. Quais são as qualidades e os defeitos, que já aqui lançou alguns, enquanto presidente da câmara, se ele apoia as várias freguesias do concelho ou se só olha para o seu próprio umbigo, para Matosinhos neste caso?

“ Ele nem para o próprio umbigo dele olhava bem. Uma coisa é certa, sobre S.Mamede olhou pouco, nós temos um exemplo flagrante, que é uma vergonha, mas que eu previa há 20 anos e eu cheguei a dizer, é o complexo desportivo que se pretende fazer, mas que apenas está pelas ruas, pelos arruamentos. O complexo desportivo que vai servir o Futebol Clube Infesta e a Académica, embora não seja para eles. Isto é a maior vergonha que está a passar neste momento, são as promessas e nada se faz, isto já era dito há 20 anos e cheguei a dizer que nem daqui a 20 anos temos o complexo. Agora o Infesta na próxima época não vai puder jogar no seu próprio estádio, lá vai ter de andar, um clube dos mais antigos do concelho de Matosinhos a andar a jogar em estádio emprestado, é de lamentar. S.Mamede neste momento tem uns passeios indecentes, uns arruamentos indecentes, quer dizer quase que não se pode transitar em S.Mamede. Mas isto já vem de longe, não é só no tempo de Guilherme Pinto, são obras feitas pelo anterior presidente que se estão agora a desmoronar, propriamente dito.


Como acha que Narciso Miranda, enquanto presidente da Câmara não fez muita coisa por Matosinhos, como é que se pode justificar o facto de ter lá estado tanto tempo e que depois de ter deixado a Câmara para ir para outras funções, mais nomeadamente na efacec, como foi de conhecimento público, consegue ainda assim ser dado como vencedor nas sondagens?

“ Eu não tenho a menor dúvida que o concelho de Matosinhos é maioritariamente socialista, devido ao discurso do ex-presidente Narciso Miranda que conseguiu convencer as pessoas de coisas que não se faziam, coisas que diziam que eram feitas e não se faziam e foi assim que ele conseguiu um grande número de simpatizantes, o que não quer dizer que ele não tenha feito nada, seria uma injustiça, fizeram-se algumas coisas boas em Matosinhos. Mas eu, principalmente o que me interessa é a minha terra, para S.Mamede quase nada foi feito e aquilo que por vezes se conseguia fazer era quase um milagre. Eu recordo-me que haviam certas inaugurações, como por exemplo, o lançamento da primeira pedra do centro de dia, as obras no campo do Futebol Clube de Infesta, a inauguração do quartel dos bombeiros e eu, como presidente da Junta era quase convidado em cima da hora, quer dizer e mais tarde vim a saber que como ia haver eleições era de toda a conveniência que eu não aparecesse e isso foi tudo liderado pelo senhor Narciso Miranda. “

Em jeito de conclusão tentei que em duas frases, Armindo Mendes conseguisse descrever ambos os candidatos, algo que o fez de uma forma rígida e sem preconceitos Para Narciso Miranda, era bom que ele se acomodasse, que deixasse a política”, dando a ideia que Guilherme Pinto servia melhor os interesses do concelho de Matosinhos.

Para terminar, em duas frases, queria que me desse uma frase para cada um dos candidatos. Uma frase para Narciso Miranda e uma frase para Guilherme Pinto.

“ Para Narciso Miranda, era bom que ele se acomodasse, que deixasse a política, que se virasse para outras coisas, parece-me a mim que é o que ele está a querer fazer, pois segundo informações, está já na presidência da associação de socorros mútuos, ora ele ali já tem muito que fazer, era bom que deixasse a politica para os mais jovens.
Para o doutor Guilherme Pinto, já é uma pessoa formada, vê as coisas de outra maneira, lida com as pessoas de outra maneira e espero, se ele vencer as eleições, que eu duvido muito, porque se o PSD arranjar um bom candidato ganha as eleições. Se o Doutor Guilherme Pinto vencer as eleições, temos de ter fé e esperar que ele realmente continue a fazer alguma coisa, como agora se viu, a inauguração do Constantino Nery, podem vir outros a dizer que isso é do meu tempo, mas ele é que fez, ele é que deu o pontapé final.
Temos de ter fé no Guilherme Pinto, mas principalmente no candidato do PSD, se for realmente uma pessoa credível.”

Foi uma entrevista com Armindo Mendes, antigo presidente da Junta de São Mamede de Infesta, que nos deu uma ideia mais clara sobre estes dois candidatos. Guilherme Pinto ou Narciso Miranda, qual deles irá sair vencedor das próximas eleições em 2009?

O desenvolvimento da Vila e do Concelho de Vinhais...





“O concelho de Vinhais tem de ter um rumo. Quem governa, tem de saber o que quer, portanto, é preferível ter um mau caminho do que não ter caminho nenhum”, afirma o presidente da Câmara de Vinhais, Américo Pereira.


Vinhais parou no tempo durante cerca de 50 anos. Já vários presidentes estiveram no poder mas, na verdade, foi desde o seu mandato que Vinhais tem sofrido grandes transformações. O que o impulsionou a modificar Vinhais desta maneira? (Uma vez que até aqui não tinha havido esta iniciativa?)

Presidente Américo Pereira: Não sei se parou no tempo durante 50 anos, mas que a maior parte do aspecto urbano se mantinha inalterável desde os últimos 50 anos, é verdade. As revoluções a nível urbanístico que devem sofrer nos meios urbanos são importantíssimos para se afirmarem em determinado contexto de tempo, isto é, tal como nas nossas casas onde nos sentimos bem, esse estado de espirito depende da maneira como elas estão desenhadas, arranjadas, tratadas. A vila, é a nossa casa, onde vivemos, onde passeamos, onde trabalhamos, onde estão os filhos e a família, portanto, a vila tem de ter um ar urbano, de uma casa bem arranjada, limpa, com as soluções arquitéctonicas mais correctas. Tem de ser uma vila harmoniosamente apresentada, de forma a que as pessoas que cá vivem se sintam nela muito bem e, de forma a que as pessoas que nos visitam também se sintam bem, atraídas por este espaço e assim possam voltar. Foi por estes motivos que transformámos a vila e corajosamente agarrámos de frente fazendo com que as coisas acontecessem rapidamente, caso contrário continuaria tudo como era antes e o que tem de ser resolvido é para se resolver e o que é para ser feito tem de se fazer e foi isso que fizémos.


A vila de Vinhais enfrenta problemas de desertificação. O que poderia ser feito, ou o que está a ser feito para evitar que a população abandone indo para o litoral?


Américo Pereira: A desertificação é um fenómeno que não pode ser visto unicamente como um chavão, como qualquer coisa que enche as páginas dos jornais. A Europa sofre de desertificação, a população tem diminuido e o próprio país tem assistido à diminuição de população e, as zonas mais afectadas são as do interior. Tudo no interior sofre mais que no litoral, mas isso acontece também no resto dos países da Europa. A nossa vizinha Espanha, na zona da Raia é muito mais desertificada que o nosso concelho e está mais atrasada do que o nosso concelho e vai continuar. A desertificação é um flagelo mas é uma consequência da modernidade. As pessoas vão embora porque aqui não arranjam ocupação. Antigamente, a agricultura exigia muitos braços, muitos jovens e muitas mulheres para trabalhar e as pessoas ficavam, hoje isso não acontece. Hoje basta um homem e um tractor, sendo que, por isso, sobram braços humanos e este é o motivo da desertificação na nossa zona. No entanto, isto só por si não é mau, só é mau a partir do momento em que os equipamentos construídos (escolas, piscinas, campos de futebol, teatros, etc) não tenham gente suficiente para funcionar, porque enquanto isto não acontecer não é mau. Aliás, um dos motivos pelos quais se vive bem é não existir números exagerados em termos populacionais, se nós não continuarmos a perder população, não há mal nenhum. No entanto, isto não deve é baixar para níveis cujos equipamentos já não sejam rentáveis. Não podem estar, por exemplo, as piscinas a funcionar se só tiverem dois ou três utilizadores por dia. A população na vila de Vinhais tem aumentado assim como a produção. Nas aldeias não se verifica tanto isso, embora em algumas a população também tenha aumentado. A população tem aumentado na vila um pouco à custa da desertificação das aldeias uma vez que estas vêm para a vila pois é aqui onde estão fixados os equipamentos.

Para além da vila de Vinhais, as freguesias também têm melhorado. Em que aspectos tem melhorado?


Américo Pereira:
O que interessa e que já devia ter sido feito nas freguesias há muito tempo atrás, é que elas devem ter o fundamental para se viver hoje numa sociedade organizada e com condições de vida aceitáveis. Em primeiro lugar a questão da água. Ter água quer em quantidade quer em qualidade é fundamental. Depois a questão do ambiente também é importante e nesse sentido falo das questões dos resíduos, os lixos e dos resíduos, os saneamentos. A par disto vem também a questão das estradas escoltadas e também aquelas às quais é possível dar-lhes algum toque de urbanismo em determinadas zonas. É isto que está a ser feito nas aldeias.

Em termos de acessos a Vinhais, falou-se num itinerário Principal de Vinhais a Bragança e da melhoria da estrada até Mirandela. Este projecto já foi aprovado? Será realmente para avançar?


Amércico Pereira:
Recebi hoje o mapa com o traçado desse trajecto. Foi-me enviado a título particular para saberem a minha opinião. Esse itinerário Principal passa por Vinhais e pelo Santo António e passará dos actuais 32km para 20 km. Em 10 minutos a população estaria em Bragança.

Há duas estradas que são fundamentais para o concelho de vinhais, que são as ligações Vinhais-Bragança e a ligação Vinhais-Mirandela. A ligação Vinhais-Mirandela, anunciada pelo membro do Governo há 5 ou 6 meses, já está neste momento para se começar com o projecto de pavimentação entre Mirandela até Rebordelo. A estrada de Vinhais-Bragança é uma obra mais complicada uma vez que é completamente nova. Envolve determinados estudos e estamos a estudar o melhor traçado para que possa já estar construída quando estiver a autoestrada que vem de Lisboa. Será uma estrada caríssima.

Visto que Vinhais já evoluiu a diversas àreas, acha que ainda há muito caminho a percorrer para o desenvlvimento da vila? Em que aspectos?

Américo Pereira: O concelho de Vinhais tem de ter um rumo. Quem governa, tem de saber o que quer, portanto, é preferível ter um mau caminho do que não ter caminho nenhum porque esse caminho, esse objectivo, só se sabe se está bem ou mal traçado quando chegarmos ao fim. Temos de saber aquilo que queremos e os planos têm de estar bem definidos. Se vai ou não dar resultados, estamos convencidos que dará antes de termos a certeza.

O concelho de Vinhais passa por duas etapas a nível de desenvolvimento: turismo e valorização dos recursos naturais, ou seja, por um lado a castanha e o fumeiro e, por outro lado, o parque Natural de Montesinho, Parque Biológico, Natureza e gastronomia, e este é o caminho. A par disto mais serviços e mais emprego. Isto será o fundamental.



Jardim do Arrabalde em Vinhais. Situado no centro da Vila, quem passa centra as suas atenções nas belas fontes e pedras que se movem com um mínimo toque.

“ A maior parte do aspecto urbano mantinha-se inalterável desde os últimos 50 anos”, refere Américo Pereira, presidente da Câmara de Vinhais

Suzana Rodrigues ... Nr. 13667

Grécia vive os piores dias das últimas décadas

Desde sábado (6) diversos protestos e confrontos (veja o vídeo do Público e ouça na TSF a história de dois dias depois) entre a polícia e os manifestantes proliferam por toda a Grécia, desde o Norte ao mar Jónico e Egeu. A cólera desencadeada pela morte de Alexandros Grigoropoulos, de 15 anos, alastrou mesmo a representações diplomáticas em Londres e Berlim. O incidente deu-se no instável distrito de Exarchia, bairro que é um ponto de frequentes confrontos entre ganges e policias que originam, habitualmente, grandes danos materiais em lojas, estabelecimentos e veículos.

Por tudo isto, poder-se-ia dizer que o ambiente que se têm verificado nos últimos dias, não é nada de novo, nem tão pouco, de preocupante. No entanto, trata-se da mais grave agitação a que a Grécia assiste nas últimas décadas e que está a tentar fazer tremer o Governo grego.

Na última vez em que um adolescente foi morto a tiro pela polícia, na Grécia, em 1985, houve semanas de protestos, protestos esses que carregavam a marca dos anarquistas. Os seus representantes, em grande parte jovens, possuem um sentimento contrário ao establishment e ao capitalismo e uma grande animosidade diante da polícia.

As autoridades afirmam que os incidentes têm sido isolados até agora, mas reconhecem a preocupação de que as manifestações gregas possam tornar-se uma desculpa para vários grupos fazerem manifestações contra as turbulências económicas e a falta de oportunidade de emprego.
As circunstâncias da morte do adolescente ainda não estão claras. Os dois polícias envolvidos no incidente argumentam que estavam a ser atacados por um grupo de 30 jovens e que os disparos apenas foram usados como modo de advertência, quando se encontraram com o grupo, minutos antes da morte de Alexis.
Porém, testemunhas deram outra versão dos acontecimentos, alegando que os polícias dispararam inadvertidamente contra os jovens. Os dois polícias foram presos no Domingo (7), um acusado de homicídio voluntário, e outro de cumplicidade.
De acordo com os resultados das análises balísticas agora conhecidos, o jovem foi atingido pelo ricochete de uma bala disparada, e não intencionalmente, como se fazia crer.

Veja a seguir um vídeo com todos os pormenores destes dias fatídicos:


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